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pancalia

mechanism

Everything admirable, the conception of beauty being just one of its manifestations. A moment aware of the detail and the sensitive, which allows the admiration of the contrast to the point of imperfection.
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sobre nós

Em casa, a beleza nunca foi só luz. Ela se desenha na umidade que devora fachadas coloniais, nas sombras que escorrem entre as tramas do cipó, no contraste do acúmulo de objetos, na prata que se oxida como um testemunho do tempo. Aqui, o brilho não é uma promessa, nem o ouro uma sentença. São formas que não precisam reluzir, entre superfícies onde a sombra faz parte da própria matéria. Nos atentamos ao silêncio dos matizes apagados, à prata que escurece com o tempo, ao fulgor das pedras que não clamam por glória.

Pancália é uma marca que propõe ter no âmago do processo a matéria submetida ao fogo e à mão que a esculpe, sem intermediários que imprimam texturas artificiais, revelando sua natureza crua e pulsante.

Essa prática de trabalhar diretamente na matéria dialoga com a importância do fazer artesanal, que se configura na interseção de gestos, memórias e narrativas sensoriais, importantes para a construção de identidades híbridas. As experiências culturais latinas comumente têm suas práticas artísticas associadas à fusão do corpo e da terra, povoando e perpassando pelos rigores do minimalismo.

 

O Brasil, tão rico em minérios, vê sua terra reluzir, mas não em suas mãos. Os metais se lançam ao mundo, as pedras cruzam oceanos sem carregar o nome de quem as tocou. Aqui, o gesto se apaga antes do brilho. Queremos habitar esse intervalo—onde a matéria não é só matéria, mas vestígio; onde o fazer não se reduz a ofício, mas a rito. A joia pode ser mais que ornamento: pode ser linguagem, pode ser cicatriz.

 

Intentamos, por meio da joalheria, enobrecer as narrativas presentes nas figuras naturais e irregulares, atormentadas pelos processos de deterioração e desgaste. Para que, no fim, cada peça seja percebida como um elogio que escapa do olhar imediato, revelando-se aos poucos, como quem, antes de brilhar, aprende a arder.

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